TODO O PRAZER DA DANÇA...
Desde os tempos imemoriais que machos e fêmeas se buscam... se degladiam... se completam... e assim também é nos salões... As damas em seus longos vestidos, os cavalheiros em trajes de gala, todos refinados, acompanhando os passos da dança... porém lá no fundo, não existem damas nem cavalheiros, apenas machos e fêmeas que adorariam estar dançando (ops... eu disse "dançando" ? hahahaha, pode ser...) em outro lugar...
E foi assim, num baile maravilhoso de um grande amigo vampiro, que conheci o melhor espécime de vampiro macho da Espanha... Ao contrário de tudo que dizem por aí, ele tinha os braços mais quentes e deliciosos de toda a Europa... pelo menos dos braços em que eu já havia estado... hahahahahaEra véspera de natal, e como sempre a casta mais fina de vampiros da Espanha abria os portões de seu palácio para a tradicional festa de natal. Todos que fossem de uma família respeitável estavam lá... E eu, como tinha muitos amigos nas altas rodas, era convidada para todas as festas... e claro, aproveitava cada momento...
O salão estava maravilhosamente decorado, flores, champagne, vinho branco, doces e salgados finos, e a nata da realeza espanhola em peso, com mesuras, saudações, vestidos finos, perfumes caros, jóias belíssimas. Eu estava usando um vestido azul longo de tecido esvoaçante, um colar e brincos combinando; uma sandália prateada de saltos altíssimos completavam o traje.
Passeando pelo salão, conversando com uns e outros, foi quando vi o vampiro mais maravilhoso que já havia visto na vida... Alto, moreno, forte, cabelos compridos negros, caindo em delicadas ondas pelos ombros. Estava de black-tie, e a camisa branca era um contraste com sua pele dourada. Seus olhos encontraram-se com os meus, e então seus lábios abriram-se num sorriso de um lado só, completamente perverso e avassalador...
Eu nem gostava tanto assim de dançar, mas eu tinha que dançar com aquele vampiro, sentir seus braços fortes em volta do meu corpo...Não demorou muito, e ele me convidou para dançar... estava tocando uma música bem lenta, os pares no salão mal se mexiam... Ele aproximou-se, tomou-me pela cintura e me abraçou bem perto dele... foi então que senti o melhor perfume de todas as décadas do universo inteiro, um cheiro maravilhoso, quente, másculo...
Uma das mãos dele me apertava a cintura e a outra minha mão delicadamente... Seus olhos negros e brilhantes encaravam os meus olhos sem nem piscar, como se quisesse assim possuir minha alma, me dominar... eu que jamais fôra dominada.... na verdade eu dominava sempre... Enquanto dançávamos eu tinha plena consciência da proximidade dele... o calor daquele corpo perfeito encostado no meu corpo através do tecido fino do vestido, eu podia sentir cada músculo dele se mexendo enquanto me conduzia deliciosamente pelo salão... a música estava terminando, e ele continuou me segurando quando começou uma nova canção... Em determinado momento os lábios dele roçaram levemente minha orelha, e então todos os meus sentidos ficaram alertas... ele percebeu minha nova atenção, e aproveitou e roçou levemente meus lábios com os dele... imediatamente meu corpo respondeu a esse novo contato, e o corpo dele também... agora nós dois estávamos em chamas, eu podia sentir a mão dele forte em minha cintura, como também podia sentir as pernas dele se aninhando nas minhas enquanto dançava... abandonei-me naqueles braços... e de repente a música acabou...
Ele apertou minha mão e me conduziu para fora do salão, fomos ao jardim...Lá fora a brisa estava mais fria, dezembro era bem frio naquela região, podia ver pelos humanos que estavam lá fora (sim, haviam convidados humanos), usando casacos pesados, que estava frio... para não chamar muito a atenção, Rodrigo (este era o nome dele) tirou o paletó do smoking e cobriu meus ombros, aquele cheiro maravilhoso agora estava bem perto de mim...
Sentamo-nos em um banco mais afastado, de onde eu estava, podia ver uma parte do salão, mas nós não éramos vistos pois haviam árvores por toda a volta do jardim... quando nos sentamos ele colocou um braço atrás das minhas costas e sem a menor cerimônia tirou a gravata, deixando-a deliciosamente pendurada no pescoço... ele abriu os dois primeiros botões da camisa branca, e então eu vi uma pequena amostra do que deveria ser um tórax forte, perfeito, másculo... Ele notou meu olhar para seu peito, e também pousou por um breve instante os olhos no meu decote... o vestido de alças finas caía em suave babado no meu colo...
Os olhares se levantaram e se susteram por um instante, e em apenas alguns minutos, a boca dele estava beijando a minha, um beijo em princípio suave, mas depois completamente provocante, impróprio de tão delicioso... quando nossos lábios se separaram, meu corpo estava completamente consciente da presença dele... e queria mais...
Um segundo beijo e percebi as mãos másculas bem perto das alças de meu vestido... ele estava querendo baixar as alças e revelar meu corpo... eu estava louca que ele fizesse isso, porém lembrei-me de que estávamos no meio de um jardim, com outros casais por perto circulando, não ficaria bem simplesmente que eu ficasse nua ali...
Ele percebeu também o inconveniente do lugar, levantou-se e num ímpeto estávamos novamente dançando no salão... Agora, cada movimento era uma promessa... eu estava louca de vontade de abrir os botões daquela camisa e sentir aquele peito perfeito encostado no meu... queria sentir novamente aquela boca maravilhosa beijando a minha... Foi quase com desespero que saímos daquele baile, entramos no carro dele e ele arrancou em alta velocidade pela alameda afora... Em minha cabeça a música ainda tocava e nós ainda dançávamos, mas agora estávamos em um salão privativo, só nós dois, preparando tudo para a dança mais antiga do mundo...
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
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